Monday 22 October 2007

A Senhora

Os cabelos brancos, entremeados com uns reflexos prateados que lhe davam um ar de candura. Os gestos suaves, quase teatrais, como se cada movimento fosse parte de uma coreografia estudada.
Sozinha, sentada numa mesa de café, ela almoçava deliciada com as pessoas à sua volta, a sua companhia para um mundo exterior a si própria. Apreciava todos os gestos e anuia às conversas alheias, como se de suas se tratassem.
Ela, sozinha, com a pose de Senhora, vivida e nostálgica de outros tempos e outras conversas onde ela não era ladra de tópicos e opinioões.
Conferiu a conta, pagou e retirou-se para o seu universo.

Wednesday 10 October 2007

Uma maior solidão
Lentamente se aproxima
Do meu triste coração.

Enevoa-se-me o ser
Como um olhar a cegar,
A cegar, a escurecer.

Jazo-me sem nexo, ou fim...
Tanto nada quis de nada,
Que hoje nada o quer de mim.

Fernando Pessoa

Tuesday 2 October 2007

You’ll never change

Someone told me that a while ago and I believed
Well… I am a work in progress
I’ve changed and continue to change

Evolution is at times a backwards line
A line still connected within itself
Looping towards its core as to verify that the origin is still intact and not dissolved through years of questioning/fighting oneself

So, yes, I’ve changed but deep inside I am still the same

Monday 1 October 2007

I am...

... a work in progress. (aren't we all?)

a merda do aquecimento global irrita-me

não descurando a importância das consequências do efeito de estufa e com a consciência que a emissão de gases lançados para a atmosfera aumentou no último século devido à acção humana, irrita-me que a discussão deste tema esteja dicotomizado em os bonzinhos (leiam-me os ambientalistas com o seu sentido de missão algures entre o fundamentalismo e o messiânico/apocalíptico) e os mauzinhos (paises e industrias adeptas do crescimento económico vulgo capitalistas e industriais, geradores de riqueza em sistemas mais ou menos liberais de capitalismo).

ora, para mim, o que me irrita MESMO é toda a economia paralela que se está a gerar à volta deste fenómemo e o abuso político que daí advém. um tema que é tão sensível e que (espero) nos toca a todos

Wednesday 26 September 2007

celebration

hoje é dia de celebrar a (minha) vida!!!

Monday 24 September 2007

markup

today is the first official step towards my uncertain future!
cheers to that!!!

Thursday 20 September 2007

olimpo

estátuas de deuses, clássicas, com a sua forma perfeita, serão arquétipos representativos de metáforas e ideais (right!!!)....
mas, let’s face it... as estátuas são inertes, não têm vida. Apesar das formas perfeitas e do toque macio da pedra polida, são frias, como as pedras o são. São desprovidas de surpresa. São o que são; um bloco de pedra, trabalhado (com muita arte e perícia, admito), mas são estáticas, sem erro, proporções perfeitas e imagem imaculada (sem o sentido beatificado da existência)... mas continuam inertes.
Se somos todos matéria, uma junção de átomos, então o que importa não será o ligante?! Esse ingrediente misterioso que permite que cada um de nós, seres vivos e animados (em oposição a inanimados), mantenha esta característica distintiva de singularidade.

Quais serão os critérios necessários à candidatura de um involucro atractivo/atrente? É na base do primeiro a chegar? Ou será necessário conhecer alguém nessa distribuição? Funciona como uma consulta exclusiva ou como uma grande superfície com variações sobre o produto ( e luzes de neon)?

Wednesday 19 September 2007

obra prima

alguém ( e reforço esta qualidade vaga do "diz que" ... porque me fascina esta não certificação da fonte ) disse que as grandes obras (artísticas, literárias, etc) são mesuráveis à razão de 90% de transpiração e 10% criatividade. será que nunca ouviram falar em ar condicionado?

sósias

Gostaria de ter um sósia!!! Alguém que não se regesse por convenções, que pudesse assumir as consequências de atitudes não tidas, por falta de empenho e/ou coragem. Alguém que pudesse apanhar com as consequências das acções e das más decisões.
Assim, deixaria de ter receios?!...
Há algo de paternalista na expressão "ajudar os pobrezinhos”...

Tuesday 18 September 2007

ver a luz

a expressão "ver a luz ao fundo do túnel" intriga-me... é que pode ser o metro!!!!

Monday 17 September 2007

incentivo

falava acerca do estado da nação, da mudança dos paradigmas sociais, das transformações da génese de dilemas tão básicos como o individual e o colectivo. era um dia de sol que se transformou, por momento em catástrofe diluvial, para depois ser ainda mais quente e mais solarengo. (o "global warmth" tem destas coisas).
A conversa era saltitante, sobre temas variados (mais ou menos específicos: não de indefinição, mas porque eram realmente mais específicos ou mais genéricos dependendo da abordagem), com um cariz pessoal (às vezes) a caminho de um desfecho incerto. chegados ao patamar da liberdade, corrigimos noções, refizemos definições, aplicámos conceitos e teorias, criticámos factos. falámos das liberdades individuais e dos limites, e que liberdade não acarreta só direitos mas também deveres e acima de tudo, respeito.
e, no meio desta conversa, descubro/constato/certifico que portugal é construído sobre um intrincado sistema corruptivo onde dar a gorjeta à "menina do cabeleireiro", ou à "menina do consultório" ou até ao carteiro(???) são benesses recorrentes da nossa existência vernacular. a minha expressão boquiaberta de incredulidade e estupefação, não deixou margem para grandes dúvidas...
a minha questão é "e o passo seguinte, é dar "gorja" ao primeiro ministro para ele governar o país???

Tuesday 11 September 2007

narciso

um narcisista é alguem que está apaixonado por si mesmo. ( é como o romeu, de romeu e julieta, mas sem a julieta)

Monday 10 September 2007

dilema existencial

estamos sozinhos no universo (até prova da metáfora marciana)
procuramos um sentido à vida
a morte é inevitável

so what!!!!! does existencialism have to be depressing?!!!

Saturday 8 September 2007

diário de viagem #2

a descer as escadas do avião, a amiga dispara "isto parece um barracão!!! acho que nunca estive num aeroporto tão pequeno"(com as suas manias das grandezas!!!) depois corrigiu... só na grécia (... para dar o ar de gaja viajada!!! NÃO SE AGUENTA!!!!!!)

chegámos ao tapete rolante. A nossa espera não foi demorada, as nossas malas são as primeiras(valha-nos isso). Nós, felizes e contentes. Tal nunca houvera acontecido. (ao longe todos os gatos são pardos... ok, dei um toque pessoal ao provérbio).

Eis que chegam, as gloriosas, e a amiga entra em colapso: "A minha mala!!!!! Este filhos da prostituta" (a censura foi accionada). A mala da amiga vinha do mais alterado: das duas uma, ou veio junto ao reactor ou deram-lhe com um maçarico/ lança-chamas. resultado... as protecções de plástico/poliuretano/pvc (isto dos polímeros, não é a minha especialidade) eram uma massa disforme, derretidas por uma fonte de calor incerta.... lá se vai a pseudo-sansonite.
O meu saco, do mais branco "tide" que lá havia (eu com o meu espírito do mais "sense of style"... NOT) aparece em tons de cinzento, qual vinílico barato a imitar mármore.

Momento Zen...... Ao menos, fomos os primeiros!!!!!!

Decidimos fazer a ligação à cidade em transporte público. apanhámos o autocarro, rumo a uma estação de metro. A primeira impressão do subúrbio não deixou memórias. (o curioso é que esta é uma característica universal: os subúrbios do mundo são anónimos)... chegámos à estação de metro, em cascos de rolha com nome húngaro impronunciável. ao entrar na estação, a amiga ia tendo uma arritmia cardíaca "...esta estação parece do 3º mundo (deixo aqui um repto para aumentar a minha conciência das designações das classificações do mundo... onde fica o 2º???? ) As carruagens do metro, não vieram dissipar o impacto.

O dia estava cinzento, do tipo capacete. chegámos ao hotel, muito central, junto à estação de comboio, em Baross Ter (ter, são as praças). Ávidos por um líquido fresco e uma vista de postal, fizemos o check in e disparámos, porta fora, em direcção ao rio. (a av. em frente ao hotel ia directa ao rio) .
Cada quadradinho do mapa, pequenino e numa escala amigável, revelou-se de uma enrme distância. É curioso como a apreensão da escala de uma cidade, se torna surpreendente. o que parece ser 2 minutos a pé revela-se numa caminhada de meia hora....

chegámos ao danúbio. esplanada de cadeirinha com almofada vermelha, com vista para o castelo e a encosta verde de buda. as pontes, ao longe, à direita e à esquerda, um empregado com uma cintura tão grande como a cúpula do "duomo". Cervejas locais (blonde e ruiva) Ahhhhh!!! isto sim, são férias... sacámos dos mapas e guias (e das fotocópias A4, que a net tem estas coisas) e toca a planear. diz aqui que temos de ir ver o parlamento... aqui diz que que não podemos perder o castelo... olha aqui.... diz que... escolhemos a sugestão mais genérica (aconselhável para uma primeira impressão) uma viagem de tram, na linha 2, que faz toda a marginal do lado de peste. (budapeste é uma cidade formada por 2 antigas cidades, buda e peste, de ambos os lados do danúbio. uma do lado de cá, outra do lado de lá...).

pedimos a conta... e eis que começa a saga "service is not included" (uma constante durante as férias... preparem-se para deixar gorja em tudo quanto for restauração e bar!!!) à amiga salta-lhe a tampa (outra constante... o que vale é que lhe dá forte e passa depressa!!!) "isto é estúpido... a mim, ninguém me paga gorjeta para fazer o meu trabalho!!!"
concordo... deixámos gorjeta.

apanhámos o tram, ali mesmo na marginal do rio. vale mesmo a pena. fizemos a linha ao longo do rio até ao fim, passando pela zona dos hoteis, roosevelt ter, a academia de ciências, o hotel 4 seasons (um palácio art noveau impressionante) o parlamento, no seu estilo neogótico e outras delícias arquitectónicas. chegados ao final da linha, junto à ponte que liga à ilha margarida fomos à descoberta da cidade descobrindo utay utca (lê-se utza), a rua de santa catarina lá do sítio. uma mistura simpática de comércio tradicional com loja chique e outras que nem por isso.

a amiga dispara à procura de um fato de banho (isto, depois de me ter chagado a cabeça durante os dias anteriores "não te esqueças do fato de banho"... "olhas os banhos"....). durante a saga balnear, aproveito para fumar cigarros na rua (muitos... que aquilo demorou e não houve troféu).

A rua é interessante. As ruas, em budapeste, são bastante limpas. caixotes do lixo cada 10m (ok... inventei... não andei a medir) bem arranjadas, e com muitas árvores e esta não era excepção.... As fachadas limpas, os pavimentos bem arranjados e o chão do mais limpo que lá havia. Cada 3m (ok... inventei outra vez...) há um canteiro/vaso com árvores. (voltaremos a este tema. Budapeste é das cidades mais verdes que eu conheço... ok... tirando massamá ). há cinzeiros adaptados nos caixotes de lixo mais banais... e turistas..... muitos turistas!
Os espanhois estão ao rubro. Não consigo precisar se pelo nº de pessoas, se pelo volume das conversas... (bolas que eles falam alto... e ainda por cima naquele tom/oitava irritante que apetece largar 2 bofetões e deixá-los inconscientes)

Descobrimos um pormenor curioso. O comércio está aberto ao domingo. "full power". A amiga com o seu discurso do comércio tradicional e que eles apostam no comércio tradicional.... e ela feliz da vida a saltitar de nenúfar e nenúfar, desde H&M, Triumph, Reebok, adidas. Do mais tradicional que lá havia!!!!! Tudo marcas tipicamente húngaras!!! Não conhecia. depois disto, venho um bocadinho mais sábio.

Fomos comer um gelado. Aqui, comem-se uns gelados maravilhosos, pelos vistos bastante típico lá da zona. uma conjugação vencedora entre os sabores mais fantásticos, uma consistência maravilhos e uma apresentação de morrer. (é provérbio milenar que os olhos são o espelho da alma, e a minha veio em forma de cone com 2 bolas com sabor a framboesa e melão.... )
de chorar por mais... excepto a puta da gaja que nos atendeu, com cara do mais enjoado porque lhe pedi para mufar o cone normal para o de "bolacha americana". isto ainda antes dela ter tocado no cone inicial. (repararão que enjoado será uma característica recorrente em alguns sujeitos, vá-se lá saber porquê?) revirava os olhos de tal maneira que temi estar perante um caso de poltergeist... de mal com a vida, concerteza. valeu o gelado, do masi recompensador!!!

fim de tarde e resolvemos fazer uma toilete e descansar um bocadinho no hotel. qualquer hotel, ao fim da tarde é maravilhoso. um duche refrescante, uma sesta revigorante. não é preciso muito. bastam 30 minutos e voltamos à categoria duracell (passo a publicidade).

saímos à procura de um restaurante "... que era o máximo, do mais fantástico, com um ambiente cool e uma cozinha simples e bla, bla, bla" sugerido por mim no segumento das escolhas mentais e selecções de guias e páginas web. UM FIASCO, as minhas escolhas desse dia. ou estavam fechados, ou tinham um aspecto sinistro ou ... valha-nos que uma noite de sono é capaz de purgar as más escolhas do meu roteiro...

Acabámos em Lizt Feren (uma praça rectangular, talvez uma alameda, muito bem localizada, cheia de árvores ao meio e esplanadas em banda, junto aos edifícios, qual loteamento suburbano (just kidding). os restaurantes nessa praça têm muito bom ar. relaxados, simples, com decoração muito atractiva, iluminação controlada, velas, muitas velas... e guarda sois quadrados da coca-cola do mais design gráfico que lá havia... deve ser aquela máxima do "cada um tem o que merece", eles com os guarda sois lindos de morrer, cadeiras em madeira e almofadas, nós com a cadeirinha de plástico e o guarda sol de praia.)

jantámos tarde (depois dos falhanços da noite que, por muito que se queira apagar da memória consomem tempo) Da variedade de escolhas, o restaurante feliz contemplado com a nossa presença chamava-se (names escape me... editarei o post para completar esta informação). Para começar, um chardonnay húngaro de elevada qualidade, que eles são bons produtores de vinho, também.
um a sopa goulash, muiiittooo boa. e depois os manjares: o peito de frango grelhado da amiga, uma escolha feliz, e um pato com molho de vinagr e balsâmico com waffles de batata maravilhosas, uma escolha ainda mais feliz.
O ambiente era muito bom. um serviço super atencioso, ao nível dos restaurantes de topo. a rolha num prato de suporte. o cinzeiro mudado à cadência do meu vício. o staff com classe, novo, do tipo young professional. proavvelmente algum crânio a acabar engenharia... mas com pinta e classe (lol)... do mais cosmopolita. um candeeiro maravilhoso, feito com garrafas de água de plástico (sem água, porque não dá jeito nenhum com a electricidade) que suspeito ser da joana vasconcelos lá do sítio.

O resto da noite foi um acumular de bad timmings (no seguimento das minhas más escolhas... definitivamente aquele não era o meu dia). passávamos nos bares, descritos nos guias como "very lively, very busy among locals, etc, etc" e era vê-los às moscas ou fechados. com isto, eram 2:30 da manhã, e nós tínhamos percorrido meia cidade. táxi, para o hote que a malta está de férias.... e o choque a roubalheira de 10€ para ir como que de aqui para ali!!!!!

falando em transportes e deslocações.... budapeste tem um dos melhores sistemas de transportes públicos que tenho memória (a não ser os autocarros da SAM-sociedade de autocarros da madeira). Uma rede complementar de autocarro, tram e metro que dilui o tempo de espera/comutação entre veículos para a módica quantia de um piscar de olhos.
Sinceramente, acho que isto faz tudo parte de um plano antitabágico ( uma pessoa até sofre de ansiedade e, silenciosamente, pede aos santinhos/iemanjá/buda/maomé/touro bravo/etc para os autocarros se atrasarem.... quão preverso é isto!!??? É que nem dá tempo para um cigarro completo. acende-se um cigarro, dá-se uma passa e vindo do nada aparece um autocarro. NÂO AGUENTO TANTA PRESSÃO!!!!

chegados ao hotel, dormimos.

Friday 7 September 2007

imperfect conjugation

often I just stare at nothing
often you just stare at nothing
often he/she/it just stares at nothing
often we just stare at nothing, etc. , etc., etc.

istvan orkeny

Wednesday 5 September 2007

diario de viagem #1

acordei com as galinhas... ou antes das galinhas. não havia passarinhos ou outra piadeira de estimação que provocasse danos sonoros. vá lá... não costumo ter bom acordar, especialmente se durmo pouco, mas a ideia de ir de férias é revigorante. 5:45....entrei em auto piloto e lá fui tomar o duche da praxe para tirar a ramela e ficar com ar fresco... afinal ia de férias (e a malta não quer causar impressão suínas nos povos do mundo). tinha preparado tudo para acordar, banhar e partir. tinha-me informado da frequência do metro para o aeroporto, a esta hora da manhã... digo-vos que o metro não aparece tão frequentemente, logo pela matina. sabia a hora: tinha de estar na estação às 6:20. Com esta informação, pus-me a caminho da estação da casa da música, (eu, urbano cosmopolita)avenida da boavista acima, a apanhar o ar fresco de mais uma manhã de verão. cheguei à estação. perdi o metro!!!! isto não augura nada de bom. não costumo perder transportes.
a amiga já me esperava e apesar da sua delicadeza percebo que está a controlar-se para não disparatar comigo. obrigado, ana... conhecendo o meu mau feitio, o meu sentido autocrítico feroz e sabendo que eu estava a pisar o limite do provável, em termos de sucesso em apanhar o metro, já tinha comprado o bilhete... e era ver-me a descer as escadas da estação e ela a validar o bilhete com o coração na boca e o metro na estação. descemos as escadas para o cais e era vê-lo a ir embora... e nós não!!!!
bom... refazer planos (uma constante da viagem). autocarro, metro, taxi!!??? decidimos apanhar um taxi. a caminho do taxi, eis que há um café aberto e nós lá vamos confortar o aparelho digestivo, para uma maior capacidade de lidar com as agendas. afinal, tínhamos ganho algum tempo... e inchado com alguns euros extra. é ver a cultura vernacular a nos dar bofetadas de luva branca...verifiquei que tempo é dinheiro (a sair do meu bolso).
convencidíssimo que o voo era às 7:45, ainda por cima um porto lisboa, qual autocarro da carreira, refastelei-me na cadeira e fui comendo o meu manjar matinal. 6:55 apanhámos o táxi, rumo ao aeroporto.
chegados ao aeroporto, o pânico!!! o vôo era às 7:35. a amiga tinha razão.directos ao balcão... o vôo está a embarcar, vão JÁÁÁÁÁ para a porta de embarque.
correria.... passa segurança, tira casaco, tira chave, isqueiro, saco, tira cinto, passa detector de metais... agarramos em tudo e corre escada rolante abaixo e pela nave em direcção à porta de embarque.
NO DUTY FREE!!!!!
chegados ao avião vou directo ao meu lugar...está um cromo sentado lá que me olha com ar de enjoo por ter referido que aquele era o meu lugar... diz-me que não há lugares marcados...eu pergunto então para que são a marcação de lugares no bilhete. vem a hospedeira que me responde "...de qq maneira chegaram atrasados"... começo-me a passar e respondo-lhe que não estou atrasado (atrasado estaria se tivesse perdido o avião). saíu-me um "drop the attitude" a mim ninguém me avisou que não havia lugares marcados e é vosso dever avisar, não tenho de chegar ao avião e deparar-me com um "está-se mesmo a ver que não há lugares marcados".
sentei-me... apertei o cinto, voei, desapertei o cinto, saí. chegámos a lisboa.
o sol já estava no ar...
começou a saga da segurança... o vôo de ligação porto-lisboa ia para o rio de janeiro. até aqui tudo bem.... a estupidez é que, independentemente do nosso destino final, fazem-nos passar por milhões de control de passaportes. eu não acho normal e deixei ficar isso bem claro nos cinco minutos em que estive a dissertar sobre essa mesma estupidez. a amiga já não podia comigo.
tira cinto, põe cinto saca carteira, passa mala pelo raio X, tira cinto, põe cinto (mais uma e outra vez) chegámos ao duty free... este é um ponto importante... tinha de ir ao duty free.... é como ir a roma e não ver o papa ou ir a fátima e não ver a azinheira (???). lá comprámos o vinho do porto da praxe e um galito de barcelos, símbolo da nossa eloquente nação.... para terminar, lá me apetrechei com um volume de tabaco, porque uma pessoa nunca sabe.... (e não há coisa pior do que pagar um balúrdio por um maço de tabaco)...
masi um controle de passaportes com milhares de gajos, sem qualquer rastreio. ele era geriatria em peso, pais com filhos de colo, mulheres grávidas (e isto não é sexismo... é que não vi nenhum homem grávido por lá, senão também mencionava)... tudo à vez, sem excepção. aqui não se fazem favores... viva a consciência cívica e social!!!!
a amiga, em pânico, pergunta a uma funcionária como é que se faz porque só faltam 10 min para a descolagem (no placard o voo estava "em embarque" e a fila à nossa frente tinha milhares de pessoas em fila única). diz a senhora com um sorriso nos lábios (muito simpática, por sinal) "ahhh... não se preocupe, só está em embarque.... quando estiver em "final call" é que deve ficar em pânico." (!!!) Ah!!!! Ok!!! (viva o nacional porreirismo)
conseguimos chegar á porta de embarque. vôo atrasado. lá embarcámos. no avião, aninhámo-nos, cada um á sua cadeira. uma tripulação feia que até doía. mais vale dormir.
chegou a altura da refeição, com produtos nacionais, diga-se. manteiga mimosa, queijo "saúde" e uma sobremesa do mais industrial que lá havia, feita algures em aveiro (para quem não sabe... fica em portugal!!!).
A amiga, sentada junto à janela, ia debitando com exactidão a localização do trajecto aéreo (qual GPS humano) Yé... right!!! as if...
eu, sentado na cadeira do meio (que é onde está a virtude), estava encurralado. nunca conseguiria atirar-me janela fora porque a amiga não me deixaria e por outro lá, o corredor era uma miragem. deu-me vontade de ir à casinha (sim.... pq o wc do avião faz-me lembrar a "casinha" que existia na casa dos meus avós, aí a uns 50m da cozinha. do maiss "environmental aware" que lá havia). a desgraçada da rapariga (estrangeira) que ia ao meu lado fez um número de contorcionismo digno da olimpíadas para eu poder passar... svetlana, ingrid, doris ou lá como te chamas....nunca hei-de esquecer esse esforço.
voltei, sentei-me... apertei o cinto, voei, desapertei o cinto, saí. chegámos a budapeste.

ps: devido à extensão do post, não há pachorra para correcção ortográfica. deal with it!!!!

quarto da empregada

estava a analisar uma tipologia típica do apartamento com quarto de empregada... há uns tempos atrás parecia-me uma imbecilidade. refleti um bocadinho e percebi que o papel das empregadas internas de antigamente muito facilmente se transformará na enfermeira de apoio na doença e velhice... (concerteza esta não será uma função paga pela segurança social)

pantone bronzeado

deveria haver um pantone para as tonalidades do bronzeado, com as proporções correctas entre o cyan, magenta, yellow & black!!! escolhia-se num catálogo antes de esticar ao sol....
(pensei mais um bocadinho e afinal isto já não é novidade... o body paint com aerossol faz o mesmo efeito!!!)

on my way... back

voltei! o périplo pelas capitais do império astro-húngaro foi sublime. aconselho viavamente. em preparação, está um diário de viagem com as observações mais subjectivas possiveis, a partilhar em breve.
cheguei.... deprimi.

Saturday 25 August 2007

on the way....

estou, oficialmente, de férias. digo "oficialmente" porque passei o decreto mental pelo lado do cérebro que controla a vontade e assinei por baixo, mentalmente diga-se de passagem.
vou para a cidade que tem nome de divindade asiática e de pandemia, separados por um rio.
hurrahhhh!!!

Thursday 23 August 2007

o mini caldo!!!

o caldo, é por vox populis, um enrolo, um caso, um affair, um engate. envolve mais do que uma vez e não necessariamente muitas. implica descompromisso, coisa leve. não tem, no seu âmago expectativas de maior. o mini caldo, é tudo isto, mas ainda menos !!!!

Wednesday 22 August 2007

a vida em photoshop...

imaginem se pudéssemos ter um programa de edição de imagem, tipo photoshop, para agilizar as transformações na vida!!?? imaginem, dar mais contraste, equilibrar as côres, aumentar a luminosidade. pixelar a realidade. fazer paste de pessoas interessantes e crop as desinteressntes!!!? tudo à distância de um click...

Sunday 19 August 2007

sem água

cortara-me a água!!! digo isto, como se eu não tivesse qualquer relação/responsabilidade neste processo. não... não paguei a conta da água. ainda por cima, em pleno agosto, e numa sexta feira... o que implica chegar a casa à noite, ficar furioso com a coincidência e, acima de tudo, fustigar-me mentalmente por tal desleixo, e passar o fim de semana sem água.
esta situação gerou uma série de raciocínios e constatações. todo o material de marketing do instituto da água é verdade. a água é um bem precioso. só a desestabilização de não a ter implica uma logistica lixada. ele é o balde com água para poder lavar a louça. a torneira não reage. a garrafa de água mineral para lavar os dentes... e a cara, não vá a água do balde estagnar. o banho passa a ser uma epopeia.
e assim descubro que é melhor fazer um débito directo, não vá o foco de prioridade ser outro, que não uma conta da companhia da água e voltar a passar por mais um fim-de-semana alternativo!!! take care of your water bill.

Wednesday 8 August 2007

viva o sinutab! para quem não sabe, é um fármaco de venda livre, que oferece uma melhor qualidade de vida a quem tem "o rosário todo no nariz" (palavras do meu médico)

Tuesday 7 August 2007

infelicidade (umas horas depois)

é o desespero de um programa de computador ir à vida sem dar cavaco a ninguém!!!! estou possuído pelo espírito da ira (e da consciência da minha própria dependência)!!! irra

felicidade

acerca de acreditar. andei uns dias enebriado com um optimismo exacerbado. olhar para o futuro e vê-lo cheio de possibilidades é, para mim, o sinónimo de felicidade.

Thursday 2 August 2007

a minha sina!!!

Há uns dias atrás leram-me as mãos. Estava com uns amigos e um deles, conhecedor obcecado das linhas da mão disse-me que não iria ter uma vida muito aventureira e que não ia ter muitas experiências de vida. Ficou-me. Não consigo pensar em nada que seja menos o que desejo. Não conhecer pessoas e lugares. Ficar com os pés enraizados. Não se aguenta, sequer, pensar nisso. Deprimi!!!

agosto

agosto. O pico do verão e das férias. Volta de um regresso às raizes, há quem as ache podres ou em mau estado de conservação.
Eu, descendente ou parte do povo superior, palavras expressas pelo verdadeiro supra-sumo na sua altivez estupideira. Então não é que o sr acha que é um esforço financeiro astronómico praticar um acto que passou a ser legal e que foi referendado. Não se aguenta. Para contrapôr, há um rally na madeira cujo orçamento não me lembro mas que é quatro vezes superior ao necessário a providenciar as instituições de material e recurso necessários à actividade anual. Isto percebe-se???
O cúmulo é um deputada da assembleia regional (adivinhem de que partido!??) que brada aos céus que as mulheres devem é parir (nome técnico da coisa, não é uma depreciação minha... sim, que esta coisa de “dar à luz” não se aguenta. Então desde quando é que a tinóni das mulheres tem um casquilho??? Não é que seja o meu forte, mas não faltei ás aulas de anatomia no 9º ano) retomando... as mulheres devem parir e o lugar delas é em casa (nestes termos!!! Não percebi muito bem se a senhora deputada sofria de algum problema de transsexualismo. Se calhar é um homem num corpo de mulher... ou então é uma mutação genética, a caminho do povo superior ( a última vez que ouvi uma coisa destas houve 6.000.000 de pessoas que foram apagadas da existência) dando origem a um salto quântico na evolução da espécie.
Anyway... faz-me espécie.
Na madeira estava um calor de morrer. Uma humidade digna dos trópicos. O verdadeiro melaço. Tudo pegava. Saia do duche e.. não aguentava. 32º na madeira deve equivaler a 45º no alentejo. Valha-nos as noites que a temperatura baixava e lá soprava uma aragenm(zinha).
Devo dizer que venho com uma certa nostalgia (ou talvez inveja). É verdade: a qualidade de vida na madeira é alta. Tudo por uma questão simples. O mar a 2 passos. Tenho uma amiga, que é médica, trabalha em 50 sítios, faz formação, etc e tal anda sempre de um lado para outro que me diz (isto com sotaque madeirense) : “ ahhh, duarte... não há nada como a nossa ilha!!! (ainda não comprei acções) já viste? Então não é bom sair do centro de saude ás 6 da tarde e daí a 15 minutos estás na praia e dás um mergulho e apanhas sol até as sete e meia, oito, depois vais para casa e jantas e depois ainda podes trabalhar ou fazer outa coisa qualquer? Tenho de confessar que é verdade, às seis e meia da tarde o sol ainda está alto, muito alto. Tão alto que queima.
Agora de regresso ao porto, do meu aconchego.

Friday 27 July 2007

big bang!!!

the time is now!